Na última década, especialmente após o advento da chamada Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010), a Justiça Eleitoral passou a contar com crescente judicialização. Mais recentemente, número expressivo de mandatários perderam seus mandatos ou pelo menos tornaram-se inelegíveis por conta da utilização dos expedientes da máquina pública na tentativa de conseguir a reeleição ou emplacar a campanha de seus sucessores.
Os dois casos mais emblemáticos envolvem o ex-presidente Bolsonaro, que foi condenado pelo TSE a 8 anos de inelegibilidade justamente por abuso de poder político. Motivos: (1) a famosa reunião com os embaixadores, transmitida pela TV Brasil e pelas redes oficiais do Governo Federal; (2) o comício do dia 7 de setembro, custeado com recursos públicos, em Brasília. Nessa ocasião, ofendeu o Ministro Alexandre de Moraes e pediu explicitamente voto. O evento ficou conhecido como “Comício do Imbrochável”, devido ao coro puxado pelo próprio ex-presidente, que fazia propaganda do seu suposto desempenho sexual.