A chefe da Unidade Setorial de Correição Administrativa da Secretaria de Saúde do DF, Liane Lourdes Silva de Menezes, que tem como função também investigar possíveis irregularidades no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), também trabalha no órgão que deveria investigar.
A duplicidade de empregos de Liane Lourdes não é ilegal, segundo informou o próprio Iges-DF, mas levanta suspeitas sobre possíveis blindagens ao Iges-DF por parte dos órgãos do Governo do Distrito Federal.
Sendo chefe da unidade de “Correição Administrativa da SES-DF”, a servidora é a responsável por apurar possíveis irregularidades na administração pública da secretaria e do instituto associado. Enquanto isso, porém, a servidora mantém contrato como técnica de enfermagem e possui funções de gestão no Iges-DF.
Procurado pela reportagem, o próprio instituto confirmou a atuação de Menezes como técnica de enfermagem e funcionária do Iges, admitida por meio de processo seletivo, e informou que a servidora “está de acordo com a legislação vigente”, que permite o acúmulo de dois cargos na área da saúde, “desde que haja compatibilidade de horários”.
Morosidade na fiscalização
Como já revelado pelo portal Vero Notícias, os relatórios mais recentes feitos pela Controladoria-Geral do DF sobre o Iges incluem auditorias e inspeções até o ano de 2022, apreciadas em 2023. Atrasado na apreciação das contas do Instituto, a CGDF tem sido alvo de críticas por uma possível blindagem ao órgão.
O local onde Liane Lourdes é chefe, porém, é o responsável por tomar medidas de correição interna na Secretaria de Saúde após apontamentos da Controladoria-Geral.
Com contratos sendo questionados e tendo o Iges sido alvo de investigações por parte do Ministério Público e da Polícia Civil, já chegando a ter um ex-presidente preso, o Instituto voltará a ser alvo de questionamentos, inclusive na Secretaria de Saúde.