Liberdade de imprensa: pilar da democracia, não salvo-conduto para abusos | Vero Notícias Liberdade de imprensa: pilar da democracia, não salvo-conduto para abusos
pesquisa
 | 
menu

Liberdade de imprensa: pilar da democracia, não salvo-conduto para abusos

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Na semana em que o mundo celebrou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, fez uma declaração contundente: “Sem imprensa livre, não há democracia. A imprensa é o oxigênio da sociedade aberta.” A fala ecoa um princípio basilar das democracias modernas — a liberdade de informar, questionar e fiscalizar o poder. No entanto, como toda liberdade constitucional, essa também exige responsabilidade.

A imprensa livre é, de fato, um antídoto contra autoritarismos. Ao longo da história, jornalistas denunciaram abusos de poder, revelaram esquemas de corrupção, abriram espaço para o contraditório. Mas o debate público sobre os limites dessa liberdade tem se intensificado no Brasil — especialmente diante de episódios que colocam em xeque o compromisso ético de certos veículos e profissionais.

No Supremo Tribunal Federal (STF), há julgamentos emblemáticos em curso que envolvem esse equilíbrio delicado entre liberdade de imprensa e outros direitos fundamentais, como honra, intimidade e presunção de inocência. Um dos casos mais relevantes é o da chamada “responsabilização civil da imprensa”, que discute se veículos podem ser punidos quando publicam conteúdos ofensivos com base em fontes anônimas ou sem comprovação factual adequada. O relator, ministro Alexandre de Moraes, já afirmou que “liberdade não é irresponsabilidade” — e que a imprensa não pode ser usada como escudo para caluniar, distorcer ou destruir reputações.

É nesse ponto que o debate precisa amadurecer. Defender a liberdade de imprensa é absolutamente necessário. Mas é igualmente necessário reconhecer que jornalismo não é licença para narrativas seletivas, linchamentos públicos nem para a manipulação do sentimento social em nome de agendas veladas. Uma reportagem pode causar estragos irreparáveis quando construída de forma leviana — e isso vale tanto para pequenos sites quanto para grandes revistas.

O que está em jogo, portanto, não é a censura, mas a responsabilização proporcional. A liberdade de imprensa deve conviver com o rigor da apuração, o compromisso com a verdade e o respeito aos direitos individuais. Do contrário, o jornalismo perde credibilidade — e a democracia, seu alicerce de confiança mútua, se fragiliza.

No momento em que o Brasil se prepara para mais um ciclo eleitoral, o papel da imprensa será ainda mais relevante — e mais observado. Cabe aos veículos, às redações e aos profissionais reforçarem seu pacto com a ética, com a escuta plural e com o cuidado na escolha das palavras. Porque a imprensa, para ser livre de fato, precisa também ser justa.

notícias relacionadas

A culpa é nossa dos grandes impactos ambientais no Planeta?

Foto: Climate Reanalyzer/ Reprodução

O século XXI foi marcada por uma crescente preocupação com os impactos ambientais que afetam o ecossistema global. Dentre os principais desafios, as mudanças climáticas se destacam, resultando na intensificação de fenômenos climáticos extremos, como secas, enchentes e furacões. Esses eventos recentes não apenas evidenciam a necessidade de uma resposta imediata, mas também refletem como as políticas globais precisam se adaptar para enfrentar esses fenômenos. Por exemplo, a perda de biodiversidade tem mostrado que múltiplas espécies enfrentam riscos de extinção em razão das mudanças climáticas e da degradação dos habitats naturais, levando à necessidade urgente de políticas de conservação mais robustas e integradas.

As discussões na Conferência das Partes (COP) evoluíram significativamente ao longo dos anos, refletindo não apenas os avanços científicos e técnicos, mas também a pressão da sociedade civil e das organizações não governamentais. Na COP 30, espera-se que os países revisem seus compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa, discutindo estratégias para aumentar a resiliência das comunidades já afetadas pelos impactos climáticos. As edições anteriores da COP já evidenciaram um reconhecimento crescente dos problemas estruturais que cercam as políticas ambientais, além da importância de uma abordagem holística que une os esforços de mitigação e adaptação.

Arrecadação sindical cai 98% após fim da obrigatoriedade

Assembleia no Sindicato dos Metroviários. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Desde a reforma trabalhista de 2017, a contribuição sindical obrigatória deixou de existir, provocando uma queda de 98% na arrecadação das entidades. O valor anual passou de R$ 3 bilhões para R$ 57,7 milhões em 2024.

A CUT foi a mais afetada entre as centrais, caindo de R$ 62,2 milhões para apenas R$ 347 mil. A arrecadação das empresas também despencou: de R$ 811,7 milhões para R$ 37,9 milhões.

Rússia lança ataque com quase 300 drones na Ucrânia

Foto: Reprodução/X

Na madrugada de domingo (18), a Rússia atacou a Ucrânia com 273 drones, incluindo a capital Kiev, onde uma pessoa morreu e outras ficaram feridas. A Força Aérea ucraniana afirmou ter destruído 88 drones, mas 128 conseguiram atingir alvos.

O presidente Vladimir Putin afirmou querer “eliminar as causas” do conflito e garantir a segurança da Rússia, ressaltando que conta com tropas e recursos suficientes para isso. A ofensiva ocorreu após negociações fracassadas de paz em Istambul.

Viagem de Janja à Rússia gera questionamentos da oposição

Foto: Ricardo Stuckert/PR

A viagem da primeira-dama Rosângela da Silva, Janja, à Rússia no início de maio motivou três requerimentos de informação de deputados da oposição ao ministro Rui Costa. Pedem detalhes sobre despesas, comitiva e coordenação com o Itamaraty.

Parlamentares também questionam os critérios para a ida antecipada e a participação dela em agendas oficiais. Viagens da primeira-dama têm sido alvo de críticas sobre custos e relevância.

Brasil registra alta doação de leite humano em 2024

Foto: Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou que 193 mil mulheres doaram 245,7 mil litros de leite humano em 2024, beneficiando 219,3 mil bebês prematuros e de baixo peso em UTIs neonatais pelo país. A iniciativa reforça o compromisso com a saúde infantil e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A campanha nacional digital “Doação de Leite Humano: um gesto humanitário que alimenta esperança” busca ampliar as doações, destacando o leite materno como essencial para reduzir a mortalidade infantil.