O presidente Lula enviou uma carta ao líder do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, para tentar superar um impasse nas negociações do Brics. O objetivo é incluir no comunicado final dos chanceleres um apoio específico à candidatura do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. O Egito resiste à menção explícita por considerar o tema inadequado para o fórum.
As tensões aumentaram porque o texto também cita as aspirações de Índia e África do Sul, gerando disputas internas. Etiópia e Egito se opõem a privilegiar a África do Sul como representante africano no Conselho. Diante da falta de consenso, o tema foi elevado à deliberação direta dos ministros de Relações Exteriores no encontro no Rio.
A ampliação do Brics em 2023, patrocinada por China e Rússia, complicou ainda mais a posição do Brasil. Apesar de conquistas diplomáticas anteriores, o novo cenário diluiu o apoio explícito ao pleito brasileiro. A carta de Lula tenta retomar o espaço perdido na articulação interna do bloco.