O Estado contra o cidadão: quem serve a quem? | Vero Notícias O Estado contra o cidadão: quem serve a quem?
pesquisa
 | 
menu

O Estado contra o cidadão: quem serve a quem?

Foto: Divulgação

O Brasil tem um problema grave: o Estado, que deveria servir ao cidadão, age como se fosse seu senhor. Em vez de facilitar a vida das pessoas, cria entraves, impõe dificuldades e burocratiza até o mais simples dos processos. No fim das contas, o cidadão comum, que deveria ser o protagonista da democracia, se torna refém de um sistema que parece existir mais para se manter de pé do que para cumprir sua função.

Basta olhar para quem quer empreender. Abrir um negócio no Brasil é um teste de paciência. São licenças, taxas, autorizações e mais autorizações. Se o empreendedor erra um detalhe, é multado. Se cumpre todas as exigências, ainda assim pode ser penalizado pela demora da máquina pública. Enquanto isso, a informalidade corre solta, muitas vezes estimulada pelo próprio sistema, que pune quem tenta fazer as coisas certas e fecha os olhos para quem opera à margem das regras.

No dia a dia, o cidadão também sente o peso dessa inversão de valores. Serviços essenciais, como saúde e segurança, que deveriam ser prioridade, vivem em estado de calamidade. Quando um brasileiro precisa de atendimento médico na rede pública, encontra hospitais lotados, falta de médicos e um atendimento precário. Se busca segurança, descobre que, muitas vezes, está por conta própria, pois o Estado não consegue garantir o mínimo: proteção à vida e ao patrimônio.

Mas se engana quem pensa que o problema é falta de dinheiro. O Brasil tem um dos Estados mais caros do mundo. O cidadão paga impostos altíssimos – sobre consumo, renda, patrimônio – e, em troca, recebe serviços de péssima qualidade. Quem pode, paga duas vezes: uma vez para o governo e outra para garantir saúde e educação privadas, segurança particular e até infraestrutura melhor dentro de condomínios fechados.

No entanto, a única área onde o Estado é rápido e eficiente é na hora de cobrar. A Receita Federal é implacável com quem atrasa um tributo. Multas e juros são aplicados com rigor. Mas experimente cobrar do Estado o mesmo nível de eficiência. Se um cidadão precisa de um documento, enfrenta filas e prazos intermináveis. Se um empresário precisa de uma licença, pode esperar meses ou anos. E, claro, se for um grande grupo econômico, a história é outra: parcelamentos generosos, incentivos e benesses.

O Brasil precisa inverter essa lógica. O Estado existe para servir, não para ser servido. O poder público deveria facilitar a vida de quem quer produzir, trabalhar e viver com dignidade. Mas, para isso, é preciso uma mudança de mentalidade: menos burocracia, mais eficiência e, principalmente, respeito pelo cidadão que sustenta toda essa máquina.

Se não houver uma correção de rumo, continuaremos reféns de um sistema onde quem deveria ser o patrão – o cidadão – se vê na posição de eterno devedor de um Estado que nunca se sacia. E esse, definitivamente, não é o modelo de país que deveríamos aceitar.

As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião do Veronoticias.com

notícias relacionadas

Senado adia votação sobre inelegibilidade de políticos

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

O Senado adiou a votação do projeto que unifica o prazo de inelegibilidade para 8 anos. O relator pediu mais tempo para buscar consenso, já que a proposta pode beneficiar políticos já condenados.

A principal controvérsia envolve a mudança no início da contagem da inelegibilidade para crimes graves, como tráfico de drogas e terrorismo.

Jantar de Moraes para Rodrigo Pacheco reúne ministros do STF

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado/Ag. Senado

O ministro Alexandre de Moraes organiza um jantar nesta terça-feira (18) em Brasília para homenagear Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado. Todos os ministros do STF foram convidados.

Pacheco, que comandou o Senado por dois mandatos, resistiu às pressões bolsonaristas para abrir processos de impeachment contra ministros da Corte, o que o tornou uma figura bem-vista no Judiciário.

Gleisi Hoffmann critica ida de Eduardo Bolsonaro aos EUA e chama de “fuga”

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (18) que a viagem do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para os Estados Unidos é uma “fuga” e uma “encenação desesperada”. Segundo ela, a família Bolsonaro tenta se vitimizar enquanto enfrenta investigações.

Eduardo anunciou que se licenciará temporariamente do mandato para morar nos EUA, alegando que buscará sanções contra supostos “violadores de direitos humanos”. O ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado pelo STF no dia 25 de março, por tentativa de golpe de Estado.

Deputados fecham acordo sobre presidência das comissões da Câmara

Foto: Agência Brasil

Após três semanas de negociação, os deputados chegaram a um acordo sobre a presidência das comissões da Câmara nesta terça-feira (18). O PL comandará a Comissão de Saúde, o União Brasil ficará com a Comissão de Constituição e Justiça, e a Federação PT-PV-PCdoB assumirá a Cultura.

A indefinição sobre a Comissão de Minas e Energia travou o acordo durante o dia, com PL e PSD disputando o colegiado. No início da noite, decidiu-se que o PSD assumirá a comissão, abrindo mão do Turismo e ficando com a Comissão do Esporte.

Deputado defende que debate sobre anistia fique restrito ao Congresso

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O deputado federal Rubens Pereira Jr (PT-MA) afirmou que a esquerda deve concentrar o debate sobre anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro no Congresso Nacional, evitando manifestações populares sobre o tema.

Para ele, a prioridade deve ser discutir pautas que impactam diretamente a população, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.