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Orações ao mito do desenvolvimento I

Divulgação: Prefeitura Municipal de Rio Real

Em recente matéria publicada num destacado site, consta em destaque, e em letras garrafais de alta resolução: “CIDADE BAIANA GERA MAIS DE R$ 150 MILHÕES POR ANO COM A PRODUÇÃO DE LARANJA”. A cidade é Rio Real, estado da Bahia, coberta pelo manto da padroeira, Nossa Senhora do Livramento, mãe de Jesus, “luz divina na escuridão”.

Notícia alvissareira que encanta os seus habitantes e alimenta a autoestima de gente trabalhadora, honesta, inteligente e com vitalidade para empreender e lutar pela vida. Aos distantes da realidade, um curioso chamado à participação do progresso e riqueza. Elementar lógica do capitalismo: produzir e acumular. Repartir é outra história. Está registrado nos anais da história, a máxima da ditadura militar sobre o crescimento brasileiro: “crescer o bolo e depois distribuir”. A desigualdade abissal e persistente mostrou o fracasso desse modelo.

O conceito de Nação é uma expressão científica da ciência política, assim como o de Estado. São relações sociais que fogem à materialidade, como o conceito de classes sociais, identificadas no proletariado e burguesia. O concreto e visível é o Município, onde reencarnam as criaturas numa harmoniosa e igualitária relação entre corpo e espírito. Nele trabalham, vivem e desencarnam as pessoas e familiares, numa delimitação espacial, chamado de território.

Óbvias questões afloram nas mentes e corações. Que cidade é essa? Onde ela está situada? Como viver e ganhar a vida nela?  

Algumas informações são requeridas para o entender esse exemplo de crescimento no interior da Bahia, no Nordeste brasileiro. Inicialmente, pela interpretação de dados estatísticos acreditados e a seguir pela teorização qualitativa. Eles definem o significado de crescimento e desenvolvimento. O mais importante, é centrar no bem-estar das pessoas, a exemplo do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, do esperançar e viver em paz.

Os números não expressam por “si sós”, os seus conteúdos e sentidos. Eles exigem uma explicação teórica reconhecida pela ciência. Não está em discussão o negacionismo e nem a enganação maldosa e polarizada. A matéria é recheada de otimismo, acolhida como desejos, talvez uma utopia ou “dissonância cognitiva” das cidadãs e cidadãos de bem, qualificados pela adjetivação gentílica de “rio-realenses”. Sou um deles. Em obra de minha lavra, escrevi: “Rio Real está comigo onde quer quer eu esteja”. Ele está tatuado na indissolubilidade do corpo, da alma e da consciência.

Comungo do bem comum e coletivo, como estratégia de desenvolvimento em sua concretude. A solidariedade é o princípio da majoritária cristandade brasileira. A individualidade é uma heresia. A matéria, inicia com uma “meia-verdade”, talvez um desconhecimento aprofundado da história, e valores advindos de “baixo pra cima”. “A pequena cidade de Rio Real, no Litoral Norte da Bahia, engana pela modéstia”.  Ao jornalista, o privilégio constitucional de livre opinião e liberdade de expressão. O que não livra da réplica e questionamentos administrativo e judicial, caso atinja a verdade, a honra e a reputação das pessoas.

Pela oficialidade das informações, o Município de Rio Real, em termos quantitativos, longe do qualitativo, não é nem pequeno e nem modesto. Lá labutam, em torno de 37 mil habitantes, numa área territorial aproximada de 740 mil km2, e altitude de 180 metros. Nas últimas eleições estavam aptos à votação em torno de 25 mil eleitores. Na escala de riqueza, Rio Real situa-se entre os 50 municípios mais ricos entre os 417 do Estado da Bahia, pela quantificação de seu PIB – Produto Interno Bruto. Caso o limite da divisa entre os Estados de Bahia e Sergipe, prolongasse ao rio Itapicuru e não estacionasse no rio Real, o Município de Rio Real, seria um médio e significativo município sergipano.

Nos próximos artigos, serão discutidos a pujança da citricultura rio-realense e vinculações qualitativas com o “porvir desenvolvimento municipal”. Afinal como profetizou o escritor russo Leon Tolstói: “se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”.

Manoel Moacir Costa Macêdo, é engenheiro agrônomo e advogado, reencarnado em Rio Real, e consciência rio-realense.

As opiniões contidas nessa coluna não refletem necessariamente a opinião do Veronotícias.com

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